O experimentalismo incrível de Hebie
- 21/04/2025
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Radicado no Espírito Santo, mas natural de Governador Valadares (MG), Hebie é uma daquelas raras figuras da música independente que parecem habitar uma interseção perfeita entre sensibilidade, experimentação e consistência estética. Ele é o que se pode chamar de uma banda de um homem só, conduzindo com maestria cada camada sonora — da base instrumental à voz, com um cuidado quase cirúrgico.
O que mais impressiona ao ouvir suas faixas é justamente a impecável construção sonora: difícil acreditar que tudo aquilo vem de uma única mente criativa. Hebie passeia com leveza entre o indie, o britpop, e uma psicodelia moderna, que remete tanto à introspecção melódica do pop inglês quanto às atmosferas cuidadosamente texturizadas de bandas como Coldplay (especialmente em sua fase mais etérea).
Uma temporada vivida em Milão, na Itália, parece ter sido um divisor de águas para seu processo criativo. É fácil perceber nas composições uma influência europeia mais ampla — sons que evocam não só o Reino Unido, mas também o frescor de uma cena alternativa continental que valoriza a ousadia e a pluralidade sonora.
Em suas músicas, Hebie provoca devaneios harmônicos que podem tanto embalar momentos de contemplação quanto conduzir o ouvinte por viagens internas, cheias de imagens, nuances e pequenos clímax instrumentais.
Quem quiser mergulhar nesse universo pode encontrá-lo na programação da Farofamundo, no SoundCloud, Youtube, e também no Instagram, onde o artista compartilha não apenas suas músicas, mas também um pouco dos bastidores de sua produção singular.
Hebie é, sem dúvida, um nome para se prestar atenção. Um experimentalista nato, que faz da solitude criativa um campo fértil para a invenção e a emoção.